Como dito antes, os alunos da 4ª série estão participando da Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro.A atividade descrita abaixo foi mais uma das várias que foram desenvolvidas. O resultado do que a turma aprendeu sobre poesia será exposto em uma exposição onde haverá, é claro, declamação de poesia. Amanhã (16/8) é dia de as escolas participantes da Olimpíada enviar os textos selecionados para a Comissão Julgadora Municipal.
Nesta atividade os alunos estudaram poemas de diferentes autores sobre a terra natal. Uma oportunidade para resgatar sentimentos sobre o lugar onde vivemos. Como foi bom olhar para nosso "lugarzinho" com outros olhos.
Os alunos são levados a perceber o tema dos dois poemas. Após a leitura do primeiro, os alunos identificam de que fala a autora e o seu ponto de vista, tentando imaginar o que a poetisa quis mostrar. Numa análise mais aprimorada, identificam a presença de rimas e a existência ou não de figuras de linguagem.
Milagre no Corcovado
Ângela Leite de Castilho Souza
Todas as noites
de céu nublado
no Corcovado
faz seu milagre
o Redentor:
fica pousado
no algodão-doce
iluminado
como se fosse
de isopor.
Mas todos sabem
que bem de perto
esse Jesus
é um gigante
de mais de mil
e cem toneladas...
Suba de trem,
vá pela estrada,
quem chega lá,
ao pé do Cristo,
vira mosquito.
E olhando em volta
para a cidade
de ponta a ponta
maravilhosa
a gente sente
um arrepio:
o milagre
é o próprio Rio!
A seguir, foi a vez de apreciar e analisar o poema que se segue, do grande Mário Quintana:
Cidadezinha
Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só...
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...
Eu que de longe venho perdido
Sem pouso fixo (a triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida pode morar!
Cidadezinha...tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...
Aqui, mais uma vez, os alunos identificam o tema do poema e qual o seu tom: alegre, triste ou melancólico?
Numa releitura, eles tentam (e como é fácil) imaginar a cidade retratada pelo poeta e suas características, fazendo um paralelo entre ela e a cidade em que vivem. O sentimento de carinho do poeta em relação à cidade é aí destacado. A desiguladade das estrofes e a presença das rimas é outro ponto importante, além da "torre" personificada que cisma "como é vasto o mundo!..." O ponto de vista do autor que contempla a cidade a uma certa distância pode ser considerado um ponto em comum com o primeiro poema.
Retomando os dois poemas os alunos podem analisar os recursos expressivos utilizados pelos autores, bem como as semelhanças e diferenças nos recursos empregados.
Foi uma atividade muito gratificante, pois permite mostrar aos alunos como é possível um "olhar diferente" sobre o lugar em que vivemos. Com certeza, após essas atividades os pequenos passarão a olhar sua cidade de uma maneira muito especial: com a alma.
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