VIVA A
DIFERENÇA!
(Música: Você vai gostar de mim/Xuxa)
APRESENTADOR: O Brasil apresenta um grande território e por isso possui uma
vasta diversidade cultural. Os europeus, a população indígena e os escravos
africanos foram os primeiros responsáveis por espalhar cultural no Brasil. Os
imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram
para a diversidade cultural do Brasil.
Você já parou para pensar que muitos
alimentos que você come hoje foram trazidos ao Brasil por esses povos? Sabia
que muitos dos hábitos que praticamos hoje também foram influenciados por
diferentes povos? Hoje estamos aqui para falar sobre essa diversidade cultural
que está presente em todo o Brasil e sobre o respeito que temos de ter ao lidar
com pessoas diferentes mas que têm os mesmos direitos e deveres que qualquer
um.
Repare ao seu lado! Quanta gente diferente de
você, não é mesmo! E o bonito da vida é justamente isso: ninguém é igual a
ninguém. Então, é hora de falarmos também do preconceito que tem afastado
tantas pessoas uma das outras. Qualquer forma de preconceito deve ser evitada e
combatida já que Deus nos fez à sua imagem e semelhança.
A
herança dos povos indígenas foi decisiva para que o Brasil se tornasse o país
multicultural dos dias de hoje.
Você costuma usar palavras como CANOA, PEREBA
e PIPOCA? Agradeça aos índios. Foram eles também os primeiros a usar: o milho,
a batata-doce, o cará, o feijão, o tomate, o amendoim, a abóbora, o abacaxi, o
mamão, a erva-mate e o guaraná, além de árvores como o caju, o pequi e o
cacau. Se você gosta de andar descalço ou de dormir na rede, saiba que os
índios também ensinaram isso.
(Apresentação de Dança Indígena)
Os europeus foram os que exerceram maior
influência na formação da cultura brasileira, principalmente os de origem
portuguesa.
A herança portuguesa mais evidente é a língua
portuguesa. A religião católica deve-se também ao contato com os portugueses. As duas festas mais importantes do Brasil, o
carnaval e as festas juninas, foram introduzidas pelos portugueses.
Eles trouxeram também a crença em seres como
a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, além de lendas e cantigas de roda.
(Apresentação de Dança Portuguesa)
O Brasil tem a maior população de
origem africana fora da África. Na música, herdamos o samba, mas
também o Maracatu, Congada, Cavalhada e Moçambique.
A capoeira e seus movimentos de luta foram adaptados
às cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança. Instrumentos
musicais como tambor, cuíca, reco-reco e berimbau também são herança dos
africanos.
Outra grande contribuição
da cultura africana se mostra à mesa. Pratos como o vatapá, acarajé,
caruru, mungunzá, feijoada, baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros
são admirados em todo o mundo.
(Apresentação de Capoeira)
TEATRO
(Música: Ninguém é igual a ninguém/Engenheiros do Havaí)
(Uma Criança, descendente de japoneses,
encontra-se sentada num banco de uma pracinha, distraída com uma leitura. Ao
seu lado, um adulto lê um jornal. Entra as duas outras com uma bola e se
dirigem ao menino em tom de deboche.)
CRIANÇA 1: Japonês! Japonês! Para que lado
fica o campinho?
CRIANÇA 2 (levantando a cabeça): Fica na
próxima rua! A propósito, eu não sou japonês. Nasci aqui mesmo no Brasil!
CRIANÇA 3 (rindo): Deixa de brincadeira! E
esses olhinhos puxados? E esse cabelo lisinho? Você nasceu foi lá no Japão!
CRIANÇA 2 (se levantando): Não... os meus
avós nasceram lá. Meus pais e eu nascemos aqui neste país.
CRIANÇA 1 (espantada): E o que seus avós
vieram fazer aqui no Brasil? Lá no Japão não é melhor que aqui?
CRIANÇA 2 (compreensiva): Meus pais dizem que
meus avós vieram trabalhar no Brasil há muito tempo atrás.
CRIANÇA 3 (alegre): Eu sei essa parte da
História! Vieram muitos negros também, não foi?
CRIANÇA 2: Sim, mas isso foi muito tempo
antes! E vieram muitos outros povos.
CRIANÇA 1 (com rancor): É... o meu pai diz
que o Brasil deveria ser só dos brasileiros. Que não temos emprego e hospitais
para todos porque todo esse povo veio para cá.
ADULTA (se dirigindo às crianças): Crianças,
desculpem, mas não pude deixar de ouvir a conversa de vocês. Posso conversar
com vocês?
CRIANÇAS (olhando uma pras outras, receosas):
Pode...
ADULTA (para as crianças): Sentem aqui.
(Aponta o banco. Todos se sentam.) Olha... na verdade todos que nasceram aqui
no Brasil são brasileiros e por isso têm os mesmos direitos e deveres. Quando
os portugueses chegaram ao Brasil, quem eles encontraram aqui?
CRIANÇAS (satisfeitas por saberem): Os
índios?
ADULTA: E o que os portugueses fizeram com os
índios?
CRIANÇAS (juntas): Escravizaram e tomaram
suas terras.
ADULTA (satisfeita por eles estarem atentos):
Mais tarde, quem os portugueses trouxeram para trabalhar nas fazendas de cana?
CRIANÇAS (em coro): Os escravos lá da África!
ADULTA: Então! Aqui no Brasil esses povos
trocaram cultura uns com os outros. E mais: eles passaram a se relacionar e tiveram
filhos. Assim começou a formação do povo brasileiro.
CRIANÇA 3 (incrédula): Até aí tudo bem! Mas
onde entram os japoneses nessa história?
ADULTA: Não só os japoneses, mas vários
outros povos vieram morar e trabalhar no Brasil. Todos eles contribuíram de
alguma forma para termos o país que temos hoje. Com problemas, mas com muitas
coisas boas.
CRIANÇA 2 (tristonha): É mesmo... só de
pensar o que passaram índios e negros para chegarmos até aqui...
ADULTA (triste também): Infelizmente ainda há
muita gente sofrendo por aí (olha para
nissei) por causa do preconceito. Mas o mais bonito do povo brasileiro é
justamente toda essa mistura... Aí, (sorrindo) acabei de me lembrar de uma
história.
CRIANÇAS (animadas): Conta!!!
ADULTA (conta):
Há muito tempo, não muito longe daqui, havia
um reino muito engraçado. Todas as coisas eram separadas pela cor. Branco,
amarelo, azul, vermelho, preto. As borboletas brancas só visitavam o canteiro
branco. As borboletas azuis só visitavam o canteiro azul.
Neste reino vivam Julieta e Romeu. Julieta
era uma borboleta amarela do canteiro amarelo e Romeu uma borboleta azul do
canteiro azul.
Seus pais sempre avisavam para que não
passeassem em canteiros de outra cor.
Um dia, na primavera, Ventinho convidou Romeu
para dar um passeio no canteiro amarelo. Chegando lá, ventinho apresentou Romeu
a Julieta e os dois logo ficaram amigos. Romeu e Julieta começaram a brincar e
saíram para conhecer melhor o reino. Ficaram encantados com tudo o que viram e
acabaram entrando na floresta. Quando a noite chegou, Romeu e Julieta não
conseguiram encontrar o caminho de volta.
Enquanto isso, lá no canteiro amarelo, a mãe
de Julieta estava desesperada, e lá no canteiro azul, o pai de Romeu estava
preocupadíssimo. Eles não sabiam o que fazer para encontrar os filhos, até que
a borboleta amarela tomou coragem e foi falar com a borboleta azul, falaram com
o senhor Vento e todas as borboletas saíram de canteiro em canteiro procurando
o Romeu e a Julieta.
Quando amanheceu o dia, o céu estava cheio de
cores. Quando Romeu e Julieta viram seus pais, ficaram felizes em poder voltar
para casa.
E quando chegou de novo a primavera tudo
estava diferente naquele reino. Os canteiros tinham todas as cores misturadas.
Margaridas, cravos, dálias, miosótis, rosas, cresciam juntas, misturadas. E
juntas brincavam as borboletas.
CRIANÇA 1(deslumbrada): Nossa! Que história
linda!
CRIANÇA 3 (também deslumbrada): Sim... Ela
nos mostra que podemos viver todos juntos. Diferenças podem ser superadas com
compreensão e amor.
ADULTA: É isso aí. Bom, não vou atrapalhar
vocês mais. Podem ir brincar. (Volta para o jornal.)
CRIANÇAS 1 e 3 (para o adulto): Valeu.
Tchau!!! (Voltam-se para o nissei.) Quer ir brincar também?
CRIANÇA 2: Claro, vamos! (Começam a sair.)
CRIANÇA 1 (para o nissei): Como você se
chama?
CRIANÇA 2 (para Criança 1): Pedro e vocês?
(Saem do palco.)
(Música: Ninguém é igual a ninguém/Engenheiros do Havaí)
(Apresentação do jogral: A cor do sentido)
As almas têm a cor
do seu sentido:
o que se dá à vida, o que se pede.
A vida tem a flor do meu sorriso...
mais linda, quanto mais à flor da pele.
Sou negro, sou
índio, e branco também.
Sou força e vida na Luz que me vem.
Sou ave e canto, suave e febril.
Sou riso e pranto no chão do Brasil.
E aonde quer que eu
vá, eu vou inteiro:
o corpo em pele, alma e emoção.
sou negro, índio, branco... brasileiro.
Sou prisioneiro só do coração.
(Apresentação de expressão corporal: Ninguém é igual a ninguém)